Na vida, nada deve ser receado, tudo deve ser compreendido.
Marie Curie

terça-feira, 9 de abril de 2013

AFASIA

“O Afásico”
 Quando as palavras deixam de fazer sentido…
Dá-se o nome de Afasia quando em consequência de uma trombose, traumatismo craniano ou tumor, uma pessoa fica com dificuldades em:
·         Falar, ou fala muito e utiliza “palavras estranhas”;
·         Dizer o que quer;
·         Dizer o nome de coisas/objetos ou pessoas, mesmo que lhe sejam familiares;
·         Compreender o que lhe dizem;
·         Escrever;
·         Ler;
·         Repetir;
·         Fazer contas;
·         Utilizar dinheiro.
No entanto, estas alterações não significam que a pessoa esteja a ver mal, seja surdo ou menos inteligente! Ela encontra-se apenas com dificuldades devido à lesão que sofreu.

COMO FALAR COM AFÁSICOS?
Seguem-se algumas sugestões sobre o que deve e o que não deve fazer para melhorar a comunicação com o seu familiar / amigo:

O QUE DEVO FAZER:
·         Encoraje-o a falar ou a efetuar qualquer outro meio de comunicação sem o forçar e sem o sujeitar à exaustão,
·         Estabeleça contato visual antes de começar a falar,
·         Fale clara e diretamente com palavras simples e curtas, devendo estar atento à expressão facial do seu familiar quando este comunica consigo e evitando um tom de voz monótono,
·         Repita sempre que necessário e completamente o discurso com gestos e uma expressão facial rica (sem infantilizações),
·         Faça perguntas cuja resposta seja sim ou não,
·         Ter disponibilidade para ouvir o sujeito e tentar intervir com recursos alternativos (escrita, programas específicos, gestos),
·         Quando não o entender, deve dizer-lhe que não o entendeu e incentivá-lo a recomeçar,
·         Devolva-lhe sempre o que você entendeu, e caso não esteja correto mantenha estabilidade psicomotora e tenha disponibilidade,
·         Sempre que mudar de assunto, deve fazer uma pausa e certificar-se que ele percebeu a mudança,
·         Incentive-o a apontar objetos e ou a fazer gestos para mostrar o que pretende,
·         Elabore um quadro com palavras e ou imagens,
·         Certifique-se de que ele está a perceber o que lhe está a dizer. Sempre que tal não aconteça deve parar e recomeçar,
·         Deve procurar compreender, pelo contexto da conversa, as frases e palavras “inventadas” pelo sujeito,
·         Encoraje-o a realizar tarefas que ele seja capaz de fazer e que lhe deem prazer. Deve tentar que ele não se isole e não deve torná-lo dependente.
Não se esqueça: trata-se de uma perturbação da linguagem e não de uma demência!

O QUE NÃO DEVO FAZER:
·         Evite ambientes muito confusos e com muito barulho pois isso dificulta ainda mais a compreensão do que lhe estão a dizer,
·         Falar um de cada vez, quando se tem mais de um interlocutor e evitar fazer muitas perguntas,
·         Evite falar como se ele não estivesse presente,
·         Não grite com ele. Ele não é surdo, pode é levar algum tempo a compreender,
·         Não fique impaciente quando este demonstra dificuldades em expressar-se e ou em compreender,
·         Não demonstre pressa, dê-lhe o tempo que for necessário para falar e espere pacientemente pela resposta,
·         Não deixe de lhe pedir opinião sobre os assuntos que lhe dizem respeito, tente que ele participe nas conversas de família, dando a sua opinião e, até mesmo, pedindo-lha,
·         Não fale para ele como se estivesse a falar para uma criança, fale da mesma forma com que lhe falava anteriormente,
·         Não o corrija sistematicamente, tente perceber primeiro o que ele lhe quer dizer,
·         Não responda por ele, ajude-o e dê-lhe tempo para responder.

“O que eu sinto é a alteração entre o pensamento e a fala, e entre a leitura e o entendimento. É tudo muito lento”
Afásico, 55 anos, cit. in www.anafásico.pt

“Sentimo-nos sozinhos e somos os únicos a ter a incapacidade”
Afásico, 29 anos, cit. in www.anafasicos.rcts.pt
                                                                        
Por: Liliana Silvestre, Terapeuta da Fala

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