A Síndrome de Asperger é uma perturbação neurocomportamental de base genética. Pode ser definida como uma perturbação do desenvolvimento que se manifesta por alterações sobretudo na interação social, na comunicação e no comportamento. Embora seja uma perturbação com origem neurofisiológica, o diagnóstico é baseado num conjunto de critérios comportamentais.
Entre as principais características clínicas, é geralmente referida a ausência de empatia, não por incapacidade mas por dificuldade em expressar sentimentos; uma interação ingénua, inadequada e unilateral; existe uma capacidade reduzida (ou mesmo ausente) para estabelecer amizades ou é processada de forma particular (mais no sentido de quererem agradar); apresentam um discurso muito formal e repetitivo (muitas das vezes fora do contexto), assim como uma comunicação não-verbal pobre; o interesse consistente por determinado assunto; e fraca coordenação motora e posturas corporais estranhas ou desajeitadas. O padrão inclui frequentemente um atraso ligeiro no início da fala; quando começam a falar fazem monólogos e perguntas constantes aos pais; verificam-se erros de pragmática; a linguagem é superficialmente expressiva e perfeita; o vocabulário tende a ser fluente e avançado, a escolha de palavras invulgar e o discurso algo “pomposo” ou formal; apresentam alterações de prosódia e características vocais peculiares: o tom de voz revela-se particular e pronunciam as palavras de forma extremamente precisa, articulando cada um dos sons; existe a utilização idiossincrática do vocabulário (capacidade de fornecer uma perspetiva inovadora da linguagem); podem utilizar incorretamente os pronomes pessoais ou, por exemplo, usar o nome próprio em vez de eu ou tu; apresentam alterações na compreensão, incluindo interpretações literais e fazem verbalização de pensamentos (pensar em voz alta).
Para começar, manter e terminar uma brincadeira
- É importante ter consciência de que por vezes a criança tem que aprender a perguntar: “posso brincar?”; “queres brincar comigo?”; “podem ajudar-me?”; “agora brinco sozinho”, caso contrário poderão surgir comentários como: “ninguém brinca comigo”, o que só irá fomentar a falta ou perda de amigos.
Flexibilidade, cooperação e partilha
- Estas crianças gostam de ter controlo sobre as atividades. É importante ajudá-las a tolerar sugestões alternativas ou a inclusão de outras crianças, explicando-lhe que o que faz não está errado mas que se for partilhado ficará muito melhor.
Quando a criança deseja brincar sozinha
- É provável que seja necessário ensinar-lhe quais os comentários e as atitudes socialmente adequadas para o demonstrar. Muitas das vezes estas crianças percebem que ao agirem com alguma rispidez ou agressividade garantem o afastamento dos outros. Ao aprenderem outras formas de o fazer, não só deixarão de ser intituladas de agressivas, como passarão a ser respeitadas na sua vontade.
Explicar o que deveria ter sido feito
Convidar amigos para ir a casa
Inscrever a criança em atividades
- Ao inscrevê-la por exemplo nos escuteiros, grupo de música ou teatro, estará a alargar as suas experiências sociais. Estes tipos de atividades têm a vantagem de serem, normalmente supervisionadas e estruturadas. Deverá no entanto informar o adulto responsável das características da criança e quais as estratégias de integração mais eficazes.
Por: Liliana Silvestre, Terapeuta da Fala
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