Na vida, nada deve ser receado, tudo deve ser compreendido.
Marie Curie

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Personalidade Paranóica



Caracteriza-se por uma tendência para a desconfiança e para a suspeita nas relações interpessoais, por um ciúme em relação ao cônjuge que pode levar a comportamentos belicosos, hostis ou vingativos. O contacto destas personalidades é marcado pela pobreza de afectos positivos e a sua atitude é rígida, o discurso deriva de falsidade de juízo, das interpretações hostis, mas permanece construído e organizado.
Este sujeito mostra uma propensão para o confronto, por vezes sob um modo caracterial e violento. O seu percurso pode estar ponteado de acidentes sociais e de processos judiciários.
O paranóico tem dificuldades em dar a sua confiança e em investir numa relação afectiva e quando isto acontece, esta relação é frequentemente invadida pela suspeita. A decepção e a desconfiança, assim como a tirania que faz reinar o sujeito paranóico na sua envolvência, favorecem o isolamento social e alimentam, em retorno, os desvios de interpretação.
O estilo cognitivo do sujeito com personalidade paranóica revela uma sobrestimação de si mesmo e uma atribuição de qualidades negativas ao outro. Ele faz frequentemente referência a princípios morais, mas o seu próprio comportamento, por detrás da fachada polida e rígida, pode revelar-se imprevisível.
Nalguns destes sujeitos, a paranoia pode ser conceptualizada por uma defesa contra tendências homossexuais inconscientes. Mas na maior parte deles, a paranoia é uma defesa da sua fragilidade na auto-estima e revela a sua luta constante pela manutenção da autonomia. O paranóico possui uma distorção da imagem de si pois considera-se como correcto e leal e percebo os outros como falsos e dissimulados.


Sintomas:

·        Sensibilidade excessiva aos insucessos e recusas;

·        Tendência rancorosa tenaz, por exemplo, recusa de perdoar os insultos, os danos ou as afrontas;
·        Antecipação, sem razão suficiente, que os outros o vão explorar, prejudicar ou enganar;

·        Preocupação com dúvidas injustificadas relativamente à lealdade ou fidelidade dos seus amigos ou associados;

·        Carácter suspeitoso e tendência avassaladora para deformar os acontecimentos, interpretando as acções imparciais ou amigáveis do outro como hostis ou desprezantes;
·        É reticente em desconfiar do outro devido a um receio injustificado de que a informação seja utilizada de maneira pérfida contra ele;

·        Descobre significados ocultos, humilhações ameaçadoras em comentários ou acontecimentos medíocres;

·        Guarda rancor, não perdoa ser insultado ou desdenhado;
·        Dúvidas repetidas e injustificadas quanto à fidelidade em particular a uma sobreavaliação da sua própria importância;
·        Preocupação por explicações sem fundamento, de tipo conspirativas, relativamente aos acontecimentos envolventes ou no mundo em geral;

·        Percebe ataques contra si mesmo ou contra a sua reputação quando isso não é aparente para os outros e está pronto a contra-atacar ou reage com cólera.


Estas pessoas vivem num constante e permanente sofrimento interior e transformam a vida do outro num verdadeiro tormento. Nem sempre admitem, entendem e aceitam que não estão bem o que leva a que muitas vezes tenha de ser o familiar/amigo a dar o “empurrãozinho” para um início de um caminho para o tratamento. Não deixe que estas características passem despercebidas e que o façam sofrer a si e aos outros! Peça-nos ajuda!

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Personalidade Histriónica


Modo geral e persistente de comportamento feito de manifestações emocionais e de procura de atenção excessivas e invasivas. Estas personalidades sentem-se desconfortáveis quando não são o centro das atenções, quando não se sentem amadas, elas tentam por todos os meios captar a atenção seduzindo e encantando o auditório. Assim, as atitudes destas pessoas são frequentemente inapropriadas com comportamentos provocadores e de sedução. Utilizam o aspecto físico para chamar a atenção e procuram impressionar os outros pelos seus conhecimentos, normalmente superficiais, pelos seus gastos, actividades, sem que haja verdadeiramente a marca de um investimento. A sua forma de falar é muito subjectiva e frequentemenmte afectada com uma certa teatralidade nas atitudes como excesso de manifestações emocionais, riso estridente, caractér fictício de certos afectos... São pessoas muito sugestionáveis e deixam-se influenciar rapidamente pela opinião do outro.

A problemática do desejo parece central nestes sujeitos pois parece estar sempre ligado à satisfação do desejo do outro. Têm tendência a fazer as coisas ou a dizer as coisas mais para dar prazer a outra pessoa do que a eles próprios. O desejo das personalidades histerióricas é frequentemente o desejo do outro. Tendem a deixar-se invadir por fantasias que os afastam da realidade. Podem alegar ter um bom amigo quando se trata simplesmente de um vago conhecido.

A procura de proximidade conduz ao estabelecimento de relações por vezes demasiado familiares mas quando a aproximação se concretiza tendem a evitá-la. A intimidade relacional, embora procurada à superfíciem, é receada tanto no plano amoroso como sexual. Podem ter tendência a manipular o outro, essencialmente no plano afectivo, por via da sedução.

Quando não são o centro de atenção deprimem, desvalorizam-se, como se a sua auto-estima dependesse do olhar do outro. Tendem também a procurar a novidade, sensações por meio de actividades que os colocam no centro das atenções. Entusiasmam-se muitas vezes demasiado rapidamente, sem antecipar as consequências dos seus actos.



Características:

* O sujeito sente-se incomodado em situações em que não está no centro das atenções do outro;
* Dramatização, teatralização ou hiperexpressividade emcional;
* Sugestionabilidade (facilmente influenciado pelos outros);
* Afectividade superficial e lábil;
* Expressão emocional superficial e rapidamente mutável;
* A interacção com o outro é frequentemente caracterizada por um comportamento de sedução sexual inadequada ou por uma atitude provocadora;
* Utiliza regularmente o seu aspecto físico para chamar a atenção sobre si;
* Maneira de falar demasiado subjectiva e pobre em pormenores;
* Considera que as suas relações são mais íntimas do que o são na realidade.

Personalidade Narcísica


A Personalidade Narcísica é um modo de grandiosidade, necessidade de ser admirado e de falta de empatia. São pessoas muito preocupadas consigo mesmas, com ambições elevadas sem que tenham sempre as capacidades para as realizar (fantasias grandiosas). Utilizam todos os meios para alcançar os seus fins e manifestam uma importante capacidade de trabalho. A lei, os interditos não são percebidos como obstáculos intransponíveis, pois como pensam ser "pessoas especiais" (hipertrofia do eu), as leis não lhes dizem respeito. Demonstram uma certa superioridade em relação aos outros e por isso, de desqualificação daqueles que se submetem às leis, aos regulamentos.

Estes sujeitos parecem ter capacidades de adaptação social satisfatórias, sempre motivadas pelo desejo do êxito, donde as tendências para a manipulação. Por detrás de uma fachada frequentemente sedutora, encantadora, escondem-se uma frieza afectiva e uma tendência para explorar o outro.

O ciúme está omnipresente junto de um verdadeiro sentimento de inveja relaciovamente a sucesso do outro. Estes sujeitos lutam ontra esse sentimento de inveja, desqualificando e desvalorizando aqueles que têm êxito ou que são portadores de determinadas qualidades ou potencialidades.

As relações interpessoais são geralmente perturbadoras por essa falta de sensibilidade, essa necessidade de ser admirado. Eles não podem investir no outro como pessoa, donde uma incapacidade de amar alguém que não a si próprio. Esta necessidade excessiva de admiração fragiliza-os relativamente às críticas e mesmo quando feridos, reagirão sobretudo pelo desprezo ou pela cólera.

Estes sujeitos demonstram atitudes e comportamentos arrogantes e altivos.


Esteja atento se conhece alguém onde pelo menos cinco destas manifestações são evidentes! Ajude-o a ajudar-se!

Personalidade Anti-Social



" Eu estou autorizado a transgredir as regras; os outros são as presas "

Este tipo de personalidade corresponde a uma forma de funcionamento de desprezo e de transgressão relativamente aos direitos dos outros. São sujeitos instáveis e caracterizam-se por uma inadequabilidade e forte impulsividade que está na origem de sintomas exteriorizados que explicam uma desregulação comportamental induzindo uma incapacidade para antecipar as consequências negativas dos actos, mas também uma intolerância em relação às situações de frustração. Uma vez que não podem tirar partido das suas experiências passadas, estes sujeitos inscrevem-se num modo de funcionamento que os leva a repetir actos com consequências deletérias, como a adopção de condutas de risco repetidas e a deliquência (por exemplo: risco de acidentes, homicidios, suicídios...).

A agressividade está presente, principalmente quando os seus desejos são contrariados, As passagens ao acto podem desencadear-se sem um significado real, excepto na transgressão de um interdito motivada por uma forte impulsividade motora, que o sujeito é incapaz de controlar (não é capaz de controlar os impulsos). Por outro lado, tendem a mostrar-se indiferentes, a minimizar as consequências dos seus actos ou a racionalizá-las, dizendo por exemplo "isto tinha de acontecer e não temos nada a  ver com isso".

É notório um certo prazer relacionado com comportamentos agressivos, conferindo a estes sujeitos uma porção de perversidade. A nível afectivo, observa-se uma falta ou até mesmo ausência de ansiedade e de empatia. Podem mostrar-se cínicos, arrogantes, imorais e podem desprezar os sentimentos e o sofrimento do outro. A afectividade é reduzida e as tendências egocêntricas e orgulhosas são bastante marcadas.

Constatam-se competências relacionais reais que lhes conferem um certo encanto aos olhos do outro. Podem ser efectivamente sedutores, ter a palavra fácil para impresionar os outros. Contudo, o contacto permanece bastante superficial e as relações são pouco investidas.

Apresentam uma frieza afectiva, uma insensibilidade e tendência para encantar o outro. Estes traços são comuns às personalidades anti-social e narcísica.

A Psicopatia caracteriza-se pela impulsividade, tendências anti-sociais e por uma instabilidade afectiva e profissional muito próxima da personalidade anti-social. Possuem um encanto superficial, ausência de remorsos e de honestidade, egocentrismo, incapacidade de estabelecer relações íntimas duradouras, pobreza das emoções, incapacidade de perceber o efeito do seu comportamento sobre o outro.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Personalidade Obsessivo-Compulsiva





Caracteriza-se por uma preocupação excessiva pela ordem, pelo controlo mental e interpessoal, às custas da eficácia. Esta preocupação pela ordem ganha quase que um carácter constrangedor e quase irreversível.
Rigidez dos actos e dos pensamentos, nomeadamente em matéria de moralidade e ética.
As emoções são controladas, o contacto é parco de espontaneidade e a vida relacional é geralmente restrita. Verifica-se um perfeccionismo frequentemente acompanhado de um sentimento de incompletude.
O sujeito com personalidade obsessivo-compulsiva adapta-se mal às mudanças do seu ambiente e suporta dificilmente os imprevistos que o destabilizam. O seu comportamento é marcado pela teimosia e pela preocupação do detalhe, mas igualmente pela tenacidade, pela lealdade, pelo sentido das responsabilidades e pela devoção dos outros. É geralmente parcimonioso, ou mesmo avaro: aprecia as colecções e tem aversão por deitar fora, “tudo pode ter a sua utilidade”.
O seu desejo de controlo pode gerar conflitos com a envolvência, ele sente essencialmente dificuldades em delegar tarefas, pois só a sua forma de fazer é satisfatória. Incapacidade em considerar o ponto de vista do outro.
Os riscos evolutivos compreendem a intensificação da rigidez emocional e comportamental, bem como o empobrecimento da vida relacional.

Características marcantes:

·        Preocupação pelos detalhes, pelas reagras, pelos inventários, pela organixzação e pelos planos, ao ponto do objectivo principal da actividade ser perdido de vista;

·        Perfeccionismo que entreva a conclusão das tarefas;

·        Devoção excessivo pelo trabalho e pela produtividade, excluindo as actividades de lazer e as amizades (sem que isso seja explicado por imperativos económicos evidentes);

·        Demasiado consciencioso, escrupuloso e rígido quanto a questões de moral, de ética ou de valores (sem que isso seja explicado por uma pertença cultural ou religiosa);

·        Incapacidade de deitar fora objectos usados ou sem utilidade, ainda que estes não tenham valor sentimental;

·        Rígido e obstinado;

·        Mostra-se avaro com dinheiro para si e para os outros; o dinheiro é visto como algo que deve ser guardado com vista a catástrofes futuras;

·        Reticente em delegar tarefas ou em trabalhar com outros, a menos que este se submeta exactamente à sua maneira de fazer as coisas.


Se pelo menos mais de quatro características destas o atormentam dia após dia e o fazem sentir angustiado e vazio por não conseguir pôr um fim aos rituais que o consomem, peça ajuda!

Ansiedade


A ansiedade é um sinal de alerta, que permite ao indivíduo ficar atento a um perigo iminente e tomar as medidas necessárias para lidar com uma ameaça. É um sentimento útil; sem ela estaríamos vulneráveis aos perigos e ao desconhecido. É algo que está presente no desenvolvimento normal, nas mudanças e nas experiências inéditas.
  A ansiedade é normal para o bebé que se sente ameaçado se for separado da sua mãe, para a criança que se sente desprotegida e desamparada longe dos seus pais, para o adolescente no primeiro encontro com a sua pretendente, para o adulto quando contempla a velhice e a morte, e para qualquer pessoa que enfrente uma doença (Nardi, 1988).

 
  A ansiedade dita normal pode ser definida como uma reacção fisiológica, existencial e expectante a uma nova situação, tendo uma frequência e intensidade tais que não afectam a vivência normal da situação (Vallejo, 1997).


                   Quando é que a ansiedade se começa a tornar um problema?

  - Quando os sintomas começam a ser excessivos ou quando se mantêm durante longos períodos de tempo; 
  - Quando se manifesta em situações em que a ameaça é apenas imaginária (estes sentimentos negativos podem trazer consequências negativas ao nosso bem-estar, incapacitando-nos de levar uma vida normal);

A ansiedade patológica ocorre nas mesmas situações da ansiedade considerada normal, mas tem uma frequência, intensidade e/ou duração tais que interferem com o bem-estar ou a actividade do sujeito (Vallejo, 1997).

Sintomas:
  • Dificuldade em controlar a preocupação;
  • Cansaço frequente;
  • Nervosismo e agitação;
  • Irritabilidade;
  • Dificuldade em adormecer;
  • Sono muito agitado;
  • Dificuldade de concentração – sensação de mente vazia;
  • Arritmias cardíacas;
  • Suores;
  • Dores musculares;
  • Tensão muscular;
  • Respiração ofegante;
  • Tonturas;
  • Sensação de desmaio;
  • Indigestão;
  • Diarreia.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Esperança




Ironia era o seu próprio nome… herdado por quem lhe deu a vida, por quem teria o dever de mimar, de dar amor. Significando confiança, expectativa, crença na aquisição de um bem que se deseja, tudo remete para o belo, para o infinito, para a fé, para a vida!


Nunca se esperam erros daqueles a quem queremos bem e é sempre o último a querer ver, aquele que está presente, que partilha, que acredita, que ama!
E existem erros realmente incompreensíveis aos olhos da sociedade, inconcebíveis ao conhecimento do senso comum, à agnosia do povo. Nem se espera que sejam compreendidos. Não se atende que sejam aceites no nosso quotidiano. Que seria de nós se assim o fosse?!

“Desacertos” deste tipo, causam tremores até naqueles que se instruíram para saber olhá-los de frente, estudá-los a fundo, perceber porque existem. Nem sempre é interessante entender como funciona a mente humana. Nem sempre é glorioso e bonito conhecer as várias características que formam as existentes personalidades. A mente humana tem demasiados corredores longos e sombrios… tantos que o próprio indistinto os desconhece. Muitos deles misturados e confusos, amalgamados e mesclados, muitos deles inóspitos e adversos.


As certezas de uma vida e de muitos dos porquês, estão no conhecimento das vidas precedentes, dos fios que a entrelaçam, do sangue que lhe escorre nas veias. Existem vidas demasiado embrulhadas e existem nelas razões com que a própria razão não se deparou.


É intrigante é como não há quem se tenha dado conta… quem não tenha reparado numa só característica. Quem não tenho tido tempo para poder observar sem se aperceber. Quem não se tenha realmente importado com o outro. O egoísmo continua a prevalecer! E a crítica continua a ser o cimo do valor humano. Porque houve quem visse a inconstância, houve quem desse conta da instabilidade, houve quem não quisesse compreender a tristeza, a agressividade, o desequilíbrio.

Existe a sedução, a falsidade, a irresponsabilidade, o desrespeito e a violação dos direitos dos outros, a incapacidade de conformação com as regras sociais. Existe a despreocupação, a mentira, a ausência de remorso, a indiferença. Nada disto é perfeitamente compreensível, nada disto se espera que se reconheça e apreenda. Mas existe o olhar inquieto e perdido, muitas vezes com dificuldade em contactar, existe a agonia invisível e transparente, existe a angústia escondida, o sorriso mortiço e a convivência superficial. Existe a instabilidade que tantos acham doidice, a vontade de pôr fim à vida sem razão aparente. Parece-me que o que existe verdadeiramente, é a falta de empatia no ser humano!


Agora… agora ficam as memórias. Sobram as lágrimas, brotam as recordações. Espera-se que fique a esperança de que estes “desacertos” não sejam esquecidos, de que estes actos não existiram em vão.


Ironia… foi a vida, de uma vida há muitos anos, que veio ao mundo sem conhecer um dia o significado do nome que lhe foi deixado.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Ataque de Pânico


O Ataque de Pânico caracteriza-se por um período de intenso medo e desconforto que surge subitamente e que está frequentemente associado a sensações de catástrofe iminente e por um impulso para a fuga.

Existem três tipos característicos de Ataques de Pânico:
   - Ataques de pânico inesperados: o seu início não está associado a qualquer desencadeador situacional, interno ou externo, ou seja, o sujeito considera que o ataque de pânico ocorreu espontaneamente, "veio do nada";
   - Ataques de pânico situacionais: ocorre quase sempre logo após a exposição a, ou na antecipação a, um desencadeador ou estímulo situacional. Por exemplo, um sujeito que sofre de fobia social pode ter um ataque de pânico quando inicia uma exposição ou apenas pensa numa situação em que se terá de se expor (falar) em público.
   - Ataques de pânico situacionalmente: semelhantes ao ataques de pânico situacionais mas não estão invariavelmente associados com o estímulo e não ocorrem necessária e imediatamente após a exposição.

Esteja atento e procure ajuda se alguns (pelo menos 4) destes sintomas o atormentam durante um período distinto de intensa apreensão, medo ou terror e se desenvolvem abruptamente atingindo o seu auge dentro de 10 minutos:

* Palpitações, batimentos cardíacos ou ritmo cardíaco acelerado;
* Estremecimentos ou tremores;
* Dificuldades em respirar;
* Suores;
* Sensação de sufoco;
* Náuseas ou mal-estar abdominal;
* Sensação de desenquilibrio, tonturas, cabeça oca ou à roda, sensação de desmaio;
* Desconforto e/ou dor no peito;
* Medo de perder o controlo ou de enlouquecer;
* Medo de morrer;
* Formigueiros;
* Sensação de frio ou de calor.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Depressão


Parece que a cada dia que passa a palavra depressão está mais presente no vocabulário dos portugueses. Contudo, ainda há muita gente que confunde tristeza com depressão. A tristeza é um sentimento natural que surge ao longo da vida e que é sentido por toda a gente. Quando chega aperta-nos o peito mas acaba por desvanecer-se com o passar dos dias...

É muito importante estar atento aos reais sintomas depressivos, que chegam como a tristeza mas que se instalam-se e permanecem parecendo não terem fim.

Se essa tristeza e sentimento de vazio vive consigo dia após dia, é então caso para se preocupar!

A depressão não desparece por si com o tempo, e tem o seu alívio através da ajuda clínica ou psicoterapeutica. Se for diagnosticada logo no início tem também um bom prognóstico de cura!

Por vezes, são necessários alguns fármacos para o tratamento desta doença, no entanto, esta não é possível de ser tratada apenas com estes medicamentos. É fundamental que o doente tenha um apoio psicológico!


Sintomas Depressivos:

* Perda de prazer nas actividades do dia-a-dia;
* Raciocínio mais lento e incapacidade de concentração;
* Sensação de fraqueza;
* Modificação no apetite, isto é, falta ou excesso de apetite;
* Perturbações no sono, ou seja, sonolência ou insónia;
* Fadiga, cansaço e perda de energia;
* Sentimento de inutilidade;
* Falta de auto-estima;
* Sentimento de culpa;
* Sentimento de incapacidade;
* Falta de confiança;
* Desinteresse;
* Tristeza;
* Apatia;
* Irritabilidade/Impaciência;
* Alterações no desejo sexual;
* Dores musculares;
* Más disposições/Enjoos/Estômago embrulhado;
* Preocupação centrada em qual o sentido da vida e com a morte.

Se muitos deste sentimentos o/a atormentam já há algum tempo, não entregue o resto do seu tempo a essa doença pois pode realmente estar deprimido. Procure ajuda aqui!

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Personalidade Borderline


De uma forma mais perceptível, o Borderline é aquele que se encontra como que numa fronteira entre a neurose e a psicose, tendo por isso presentes, aspectos inerentes à personalidade psicótica e aspectos inerentes à personalidade neurótica. Este sujeito é capaz de manter o juízo crítico e o senso da realidade, contudo, tendo em conta as diversas características, é possível perceber que a sua identidade não está integral, o que resulta numa pessoa com dificuldade em transmitir uma imagem de si integrada, coerente e consistente revelando-se uma pessoa contraditória, ambígua, instável e bastante compartimentada.

De um modo geral, o borderline é muito instável, tanto no plano das relações interpessoais como da imagem de si e dos afectos, e fortemente impulsivo. As suas reacções emocionais são instáveis e instensas tendo dificuldade em controlar-se emocionalmente, tendo rápidas flutuações de humor, acessos de cólera e irritabilidade. Humor de base disfórico, forte sentimento de tristeza, de vacuidade, tédio e de vazio interior. São pessoas muito sensíveis a críticas e a comentários que são sentidos muito intensamente e com uma total ausência de moderação. O pensamento e os afectos do borderline são igualmente sentidos de forma bastante dicotómica (tudo é muito bom ou tudo é muito mau), predominando aqui a clivagem.

Em casos mais avançados, a impulsividade do borderline favorece a adopção de condutas de agir através de delinquência, de viciação (toxicomania, bulimia...), de condutas de automutilação, tentativas de suicídio repetidas e de condutas sexuais desviantes.

O sentimento de identidade do berderline é fraco subentendido por uma sensação quase permanente de vazio interior.
As suas relações interpessoais são sempre precárias, instáveis e muitas vezes conflituosas. São pessoas muito sensíveis às perdas, às frustrações, às separações que induzem uma forte experiência de abandono.

O borderline que teme a rejeição vai antecipá-la, procurando provocar muitas vezes a separação de forma rápida ao mesmo tempo que a lamenta. As relações com o outro são marcadas por períodos de alternância entre uma intensa admiração por uma pessoa e o seu contrário, uma intensa desvalorização. A primeira falha do outro é sancionada por um descrédito sistemático. O borderline não possui uma percepção integrada do outro, ele vê-se na incapacidade de reconhecer que a pessoa admirada possa ter defeitos.

Muitas destas pessoas não têm limites, regras, desrespeitam o outro e o seu comportamento é anti-social.


Alerto que este é um tipo de transtorno cada vez mais frequente e há cada vez mais pessoas a procurarem a ajuda de psicólogos clínicos ou psicoterapeutas com a principal queixa de um sentimento grande de vazio, angústia e incapacidade de funcionar (de pensar, de se concentrar, de se estabilizar...). Mas existem também muitos destes pacientes que têm de ser ajudados pela família na procura de uma ajuda clínica ou psicoterapêutica, uma vez que estes sujeitos não reconhecem que sofrem deste problema.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Ludoterapia

O Brincar



Foi Melanie Klein que introduziu a técnica do jogo infantil para aceder aos conflitos internos e fantasias de uma forma mais fácil que a expressão verbal. A autora (1935) defendeu esta técnica equiparando-a à associação livre nos adultos, pois o brincar é uma das formas de expressão da fantasia e através dela a criança pode projectar a sua realidade interna.

Nas crianças psicóticas, é notória uma grande inibição do jogo, o que revela uma grave inibição da vida fantasmática, bem como do seu desenvolvimento em geral. As suas relações são vividas muito externamente, como se não houvesse mundo interno.

Através do brincar imagina-se e fantasia-se, descobrem-se sentimentos, resolvem-se conflitos interiores. Uma criança que não brinca, deve preocupar mais os pais do que aquela que faz uma birra pela manhã porque não quer ir para a escola.


A Ludoterapia é a psicoterapia adaptada ao tratamento infantil através da qual a criança, ao brincar, projecta o seu modo de ser. O objectivo desta modalidade de análise consiste em ajudar a criança a expressar com maior facilidade os seus conflitos interiores e dificuldades, ajudando-a na solução dos mesmos para que seja possível uma melhor integração e adaptação social. O psicólogo clínico observa e interpreta as suas projecções para compreender o mundo interno da criança e a dinâmica da sua personalidade. Para isso, são necessários instrumentos através dos quais as projecções são facilitadas, uma vez que quanto menor é a criança, mais dificuldade tem em verbalizar adequadamente os seus conflitos. Criam-se histórias e contos de fadas, brinca-se às casinhas, realizam-se desenhos, pinturas, modelagens....

Ao brincar, a criança sabe que se está a expôr pois actua representando as situações que a afligem. Intui-se transparente ao olhar do terapeuta.

A maior parte das crianças adere de forma positiva à ludoterapia e adquire confiança suficiente, em relação ao terapeuta, para se expôr, brincando livremente.

A ludoterapia destina-se essencialmente a crianças entre os três e os doze anos de idade e pode ser aplicada individualmente ou em grupo, dependendo da abordagem adoptada, bem como da problemática a ser trabalhada.

Alguns dos motivos que levam à procura desta terapia são as dificuldades de aprendizagem, distúrbios comportamentais, especialmente agressividadedificuldades de socialização (comportamento anti-social), hiperactividade, problemas afectivos e emocionais, medos, traumas, enurese e/ou encoprese (fazer chi-chi na cama e descontrolo intestinal impróprio para a idade), baixa auto-estima, perturbações psicossomáticas (bronquite, alergias, dores de cabeça, alterações gastrointestinais...), pequenos delitos (mentiras, fugas ou pequenos furtos), ansiedade, depressão...

O tratamento é realizado em sessões de luterapia de aproximadamente 50 minutos cada, sessões estas que as crianças apreciam bastante, uma vez que não lhes é solicitada nenhuma actividade desagradável ou entediante.

De forma geral, a criança é um reflexo da dinâmica familiar, pelo que o envolvimento dos pais para o sucesso do tratamento constitui um factor fundamental. Nota-se uma melhoria nos sintomas ou até mesmo a supressão do quadro inicialmente apresentado, através da evolução das representações da criança, a nível da abordagem do tema ventral na brincadeira, no teor dos seus desenhos e no comportamento em geral.

O tempo de duração do tratamento através da ludoterapia é variável. Pode terminar ao fim das primeiras seis semanas, nos casos mais simples, como pode estender-se a um ou mais anos, em casos de dificuldades estruturais ou mais complexas.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Síndrome de Asperger

                            



A Síndrome de Asperger é um transtorno do espectro do autismo e caracteriza-se, essencialmente, pela dificuldade de interacção social, respostas socialmente inapropriadas, dificuldades em processar e expressar emoções, dificuldades de ajuste a proximidade física, interpretação rigorosa da linguagem, dificuldade em lidar com mudanças, rituais ou comportamentos repetitivos e estereotipados, interesses específicos e restritos ou preocupações com um tema em detrimento de outras actividades e descoordenação motora.

Apesar das suas semelhanças com o autismo, os portadores de Síndrome de Asperger têm, geralmente, elevadas habilidades cognitivas, um Q.I. verbal significativamente mais elevado que o não-verbal e podem possuir um extremo comando da linguagem e vocabulário elaborado, contudo, revelam-se incapacitadas de o usar em contexto social e geralmente apresentam um tom monocórdico com alguma nuance e inflexão na voz. Na escola, podem ser considerados inaptos ou superdotados altamente inteligente, claramente capazes de superar os seus colegas no seu campo de interesse. Além disso, embora sejam frequentemente conotadas pelos pais e professores como "estando no seu próprio mundo", raramente são distantes como os portadores de autismo (Bauner, 1995).

As crianças com Síndrome de Asperger, podem ou não procurar uma interacção social, no entanto, apresentam sempre dificuldades em interpretar e aprender as capacidades da interacção social e emocional com os outros.
Em sujeitos adultos, o diagnóstico da Síndrome de Asperger torna-se uma tarefa difícil e imprecisa, uma vez que já aprenderam a mascarar os seus erros sociais. Quando distraídos demonstram os sintomas da Síndrome de Asperger, mas se concentrados numa interacção social específica, podem comportar-se de forma aparentemente normal.

Esta sindrome é mais comum no sexo masculino e apresenta-se com uma falta de habilidade natural de "perceber" os subtextos da interacção social podendo mesmo não ter capacidade de expressar o seu próprio estado emocional, resultanto em observações e comentários que podem parecer ofensivos apesar de bem-intencionados, ou na impossibilidade de identificar o que é socialmente "aceitável". Os Aspergers têm de aprender certas aptidões sociais (regras informais de convívio social) intelectualmente de forma clara, seca e lógica como matemática, em vez de intuitivamente por meio da interacção emocional normal.

As interacções sociais destes sujeitos podem ser afectadas negativamente pela dificuldade dos mesmos em compreender as mensagens transmitidas por meio da linguagem corporal, em interpretar as palavras sempre em sentido denotativo, por serem considerados rudes e ofensivos (não captam indirectas e sinais de alerta de que o seu comportamento é inadequado à situação social). Ao longo do tempo apercebem-se dos seus erros sociais e temem cometer novos erros isolando-se cada vez mais, pelo seu desinteresse por realizar novas actividades e viver novas experiências, pela sua constante crítica de tudo o que o rodeia, dificuldade em relacionamentos, facilidade extrema com números e lógica, comportamento variável, paranóia, dificuldade em lidar com conflitos, falta de empatia em geral que pode levar a comportamentos ofensivos e insensíveis não-intencionais, incapacidade de consolar o outro, incapacidade de reconhecer sinais de enfado, dificuldade em entender os seus próprios sentimentos ou o seu impacto nos sentimentos alheios, demonstrações curtas e fracas de expressões de afecto e/ou de rancor, compreensão de embaraços e gafes com incapacidade de aplicar estes conceitos ao nível emocional, dificuldade em lidar com críticas.

Outro aspecto a salientar nas diferenças sociais encontradas em aspergers é uma fraqueza na coerência central do indivíduo, isto é, podem focar-se de tal forma em determinados detalhes que não conseguem compreender o conjunto. Podem lembrar-se de uma história minuciosamente mas não ser capaz de fazer um juízo de valor sobre a narrativa, ou podem entender um conjunto de regras detalhadamente mas ter dúvidas de como aplicá-las.



TRATAMENTO

É claro, para todos, que quanto mais cedo se iniciar um tratamento, melhor e mais rápida será a sua recuperação. Esta, implica um tratamento a nível psicoterapeutico, a nível educacional e a nível social. O Treino de Competências Sociais, é uma importante componente. A linguagem corporal e a comunicação não-verbal podem ser ensinadas da mesma forma que se ensina uma língua estrangeira.

As crianças conseguem aprender como interpretar expressões não-verbais, emoções e interacções sociais. Este procedimento assiste-se nas interacções sociais e aproximações com as pesoas, prevenindo assim o isolamento e depressão que geralmente ocorre assim que entram na adolescência.

O conceito de competência social está relacionado com a capacidade de articular pensamentos, sentimentos, e acções em função de consequencias positivas para si e para os outros (Oliveira, 2005). Para que isso ocorra, algumas habilidades são indispensáveis ao funcionamento adaptativo ds crianças, tais como autocontrole e expressividade emocional, civilidade, empatia assertividade, construir amizades, solucionar problemas interpessoais e habilidades sociais académicas. A ausência ou ineficiência destas habilidades podem resultar em problemas comportamentais, emocionais e consequentemente, em transtornos psicológicos que se manifestam de duas formas: problemas internalizantes e externalizantes que actuam em conjunto dependendo da gravidade da situação.

É de extrema importância a socialização no amadurecimento das habilidades sociais da criança que ao socializar-se,  passa a obter novas informações sobre o ambiente e sobre as pessoas ao seu redor. O aprendizado das habilidades sociais ocorre como consequência dessa interação, ou seja, a forma de se relacionar será aprendida dependendo dos exemplos de competência social, assim como da qualidade dos estímulos oferecidos. Nesse aspecto pais, professores e psicoterapeutas devem estar atentos, estabelecer regras justas, utilizar o feedback de maneira sábia e não oferecer exemplos contrários. Tais ações podem favorecer o desenvolvimento da criança no seu aspecto social.

As intervenções, de entre as quais se destacam os jogos e brincadeiras, exigem um planeamento detalhado.

Devem ser trabalhadas outras habilidade sociais como o reconhecimento das emoções, o comportamento de falar sobre elas, expressá-las, lidar com o próprio humor e com sentimentos negativos, tolerar frustrações e desenvolver o espírito desportivo. Elaboram-se alternativas  para ajudar as crianças, tais como conversar sobre o assunto e não menosprezar o que as crianças sentem, assim como utilizar vivências com cores e histórias para estimular o reconhecimento das emoções. Habilidades como cumprimentar, aceitar e fazer elogios, entre tantas outras, auxiliam as crianças a manter um bom contato social com os colegas e com os adultos.

A assertividade, oferece às crianças a habilidade de se adequar a um contexto, como o exemplo da criança que questiona a sua nota junto à professora, e espera o momento oportuno, faz as suas colocações adequadamente, sem ansiedade ou maus modos. A aquisição desta habilidade favorece a manutenção de outras, como a civilidade, o autocontrolo e a expressividade emocional.
Ao saber diferenciar o que deve e o que pode fazer, a criança automaticamente faz uso de suas habilidades assertivas, de civilidade e de empatia.

Outra habilidade que atua como facilitadora das competências sociais é a capacidade de fazer amizades, que é vista como fonte de aprendizagem e autoconhecimento.