Na vida, nada deve ser receado, tudo deve ser compreendido.
Marie Curie

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Psicopedagogia



Existem muitos pais que se queixam dos filhos que os deixam aflitos logo desde que nascem. Crianças difíceis, diz-se! Há crianças mais fáceis que dão menos trabalho mas há outras que levamos pais à exaustão e ao desespero.

É ainda comum ouvir-se muitos pais, com mais de um filho, dizerem que o primeiro não deu trabalho nenhum, já o segundo!!!! Pois bem, apesar de poderem existir vários irmãos filhos dos mesmos pais, estes são pessoas diferentes, logo reagem de maneiras diferentes requerendo outras formas de educação.

Não há pais perfeitos, nem educação ideal, mas há erros que podem ser evitados.

O carinho e as regras são fundamentais na educação de todas as crianças. Muitas vezes pais culpabilizados pelo pouco tempo que passam com os filhos, por motivos essencialmente profissionais, substituem o afeto por brinquedos caros. As crianças devem ser incentivadas a viver para o ser e não para o ter. Uma educação pautada por regras firmes mas justas e impostas com afeto é a garantia de estar a construir um ser humano saudável. Tudo isto utilizando a pedagogia do bom senso.
 
Existem determinados erros que devem ser a evitados como:
· Compensar as ausências com presentes
· Querer ser amigo em vez de pai ou mãe
· Quebrar as regras impostas
· Fazer comparações entre filhos ou com outras crianças
· Fazer pelos filhos em vez de ensinar a fazer
· Impor a perfeição aos filhos
· Proteger demasiado
· Mostrar as próprias fragilidades à criança
· Desautorizar o pai ou a mãe em frente à criança
· Não conversar com os filhos
· Não brincar com a criança
· Deixar a educação para a escola

Esclarecendo melhor:
A importância está na qualidade do tempo que os pais passam com o filho. Vale mais uma hora diária em que esteja totalmente com o seu filho do que um dia inteiro em que estejam juntos em casa mas a criança está entregue a si própria e à televisão ou computador. A tendência dos pais é fazerem-se substituir pelos presentes logo a criança passa a medir o afeto pelos presentes que recebe.
É importante ter-se consciência de que os pais não são os melhores amigos dos filhos, esses estão lá fora. Há pais que acreditam que as crianças vão gostar mais deles se tiverem um comportamento de amigo em vez de pai. Nada mais errado. As crianças querem pais que sejam pais, que contenham, que estabeleçam limites. Ser amigo do filho vai levar a que a criança relativize as regras e os conselhos e fique confusa. Pais são pais, não são amigos.
As regras impostas pelos pais têm que ser explicadas e ser justas para que sejam eficazes. Uma regra aplicada de forma injusta e com autoritarismo é uma regra que deseduca. Dizer não é uma necessidade em educação. Muitas vezes os pais têm medo de dizer não. Se proibiu o seu filho de ver televisão durante um tempo não quebre a regra, o seu filho irá julgar que pode quebrar as regras. A nível social poderá trazer-lhe problemas um dia mais tarde.
É essencial aceitar que as crianças têm ritmos diferentes e tempos de aprendizagem diferentes. Comparar com outro filho dizendo que o outro é ou foi melhor aluno, que o colega é mais inteligente porque tem melhores notas, cria sentimentos de frustração enormes. Deve aceitar o seu filho como ele é sem fazer comparações com os outros. Isso não impede que o incentive a ser uma pessoa melhor e mais bem preparada para a vida. Sem cair em exageros claro.
As crianças precisam de experimentar a fazer as coisas. Aprende-se praticando. Errar e voltar a tentar é a única forma de aprender. Por vezes os pais não deixam os filhos falhar e fazem as tarefas por eles. O seu filho tem seis anos e quer tomar banho sozinho? Ainda bem, está a manifestar a sua autonomia e por isso deve ser incentivado.
Nenhum filho é perfeito. Impor a perfeição sob pena da retirada do afeto ou de castigos é algo que cria um sentimento enorme de inferioridade. Um pai que nunca está satisfeito com as notas do filho (mesmo que o filho tenha tido 92% numa prova) é criar um sentimento de imperfeição e subir os parâmetros para níveis que levam sempre a uma grande insatisfação. Se o seu filho é um aluno médio ajude-o a aproveitar melhor as suas capacidades mas em exigir o impossível.
Proteger demasiado uma criança para que não passe por frustrações medos ou fracasso poderá levar ao bloqueio da criança. Deixe-o experimentar e falhar. Ajude-o a lidar com as adversidades da vida e a defender-se. Proteger demasiado inibe a agressividade necessária à sobrevivência.
Mostrar as preocupações às crianças vai levar a um sentimento de insegurança enorme. Os filhos esperam pais fortes e capazes de os proteger. Mostrar uma imagem de pai ou mãe desvalorizado e pouco competente pode levar a criança a criar sentimentos de culpa. Poderá falar de alguns problemas mas sem sobrecarregar com moralismos ou culpabilidade.
Quando os pais se desautorizam estão a desvalorizar-se perante a criança. A criança deixa de respeitar ambos os pais. Mesmo que não concordem devem falar em privado e chegar a um consenso. As crianças aprendem a manipular os pais que não estão em sintonia.
Para que a criança crie confiança é necessário que a comunicação seja aberta na família. Nunca deixe de responder às questões do seu filho e mantenha o canal de comunicação aberto para que ele recorra sempre que precise.
Há pais que não brincam com os filhos, ou deixam de brincar cedo demais por acharem que isso infantiliza a criança. Brincar com os pais fortalece os laços entre pais e filhos e ensina o verdadeiro valor do afeto: a criança sente-se amada e apoiada. Programar brincadeiras e atividades em família é das coisas mais proveitosas que pode fazer pelo futuro do seu filho.
Na escola não se educa, espera-se que as crianças tragam educação de casa. A educação tem que ser feita pelos pais. A função do professor é ensinar. Os problemas de disciplina estão a aumentar pela demissão dos pais da educação dos filhos. Responsabilize o seu filho pelo seu comportamento na escola e não lhe permita faltas de respeito com os professores. Deixe isso bem claro. Exija do professor que ensine, não que ensine valores morais e de conduta, embora também o possa fazer. Se os pais não cumprirem o papel de educadores, o professor vai ter dificuldade em ensinar por ter que por limites e regras que já deveriam estar adquiridos.

Depressão na Infância e na Adolescência

 
 
Apesar de ser uma realidade que tende a passar despercebida aos olhos de 70% dos pais, a depressão infantil ocorre, em 20% dos casos, em crianças na faixa etária entre 9 e 17 anos, e é geralmente casada, por dificuldades de relacionamentos com a própria família, na escola ou em outros locais que frequentam. Isto, porque apesar de algumas crianças manifestarem a sua depressão através de sintomas clássicos como a tristeza, o pessimismo, ansiedade, entre outros, a maioria fá-lo de forma atípica, o que dificulta o diagnóstico.
As alterações mais visíveis tendem a confundir-se com a rebeldia: irritabilidade, agressividade, hiperatividade e/ou diminuição do rendimento escolar. É esta a manifestação atípica que impede muitos pais de perceberem a origem dos problemas e, assim, darem uma resposta eficaz.

As características de alerta surgem aquando do aparecimento de alterações menos expectáveis, como o medo da morte (conversas recorrentes sobre o tema), sentimentos de culpa e de inutilidade e retrocessos, como a encoprese ou a enurese. É necessário que nos consciencializemos de que a depressão infantil existe e pode ser grave! Infelizmente, nem todas as crianças são felizes e despreocupadas!


De forma a ajudar os pais a perceberem os sintomas de depressão na criança, passo a uma clarificação mais detalhada:
*Na primeira infância, crianças bebés até aos 2 anos sensivelmente, a depressão manifesta-se por, uma recusa do alimento por parte da criança, por um atraso no crescimento, no desenvolvimento psicomotor, da linguagem, perturbação do sono e afecções somáticas, isto é, a criança que está muitas vezes doente, faz febres, gripes, viroses com muita frequência.
*Em idade pré-escolar, entre os 2 e os 6 anos, a perturbação depressiva, manifesta-se essencialmente por distúrbios de humor (grandes birras, ou grande euforia momentânea substituída rapidamente por grande tristeza e apatia) distúrbio vegetativo (em que a criança não sabe nem gosta de brincar, isola-se muito e fica muito parada. Falta de interessa por tudo em sua volta. Podem ainda verificar-se comportamentos regressivos a todos os níveis, nomeadamente a nível esfincteriano (podem voltar a fazer cocó e chichi nas cuecas ou na cama), motor e de linguagem.
*Em idade escolar (6 a 12 anos), o quadro depressivo caracteriza-se por tristeza prolongada, ansiedade de separação (a criança que não quer deixar a mãe para ir para a escola) e sintomas psicossomáticos (dores de cabeça, dores de barriga, diarreias, febres) .
As crianças com mais de oito anos, expressam os seus sentimentos depressivos através de baixa autoestima, ideias auto- depreciatórias, sintomas psicossomáticos, baixa de energia, desinteresse e desespero.
A depressão manifesta-se muitas vezes através das dificuldades escolares, ao nível da ansiedade, do desinteresse, das dificuldades da concentração intelectual e dos problemas de comportamento, para além dos problemas alimentares e de sono. Podem também surgir queixas psicossomáticas. Pode ainda verificar-se um aumento da agressividade, grande irritabilidade, com envolvimento da criança em conflitos com os pares.

Um outro sintoma que pode ocultar também uma depressão é a “hiperatividade”, as crianças muito irrequietas, que não conseguem manter um mínimo de atenção nem de concentração.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Hipocondria





A Hipocondria tem como principal característica a preocupação e o medo de padecer ou a convicção de possuir uma doença grave baseada na interpretação errada de sinais ou de sintomas corporais. Até mesmo, quando depois de avaliação médica realizada não identificar qualquer situação que explique inteiramente as preocupações do sujeito sobre a doença ou sintomas e sinais físicos de que se queixa. O medo e a ideia sem fundamento de que tem uma doença persistem no sujeito, apesar da tranquilização médica. De salientar que esta convicção não tem intensidade delirante, isto é, o sujeito admite a possibilidade de estar a exagerar na extensão da doença receada ou que pode mesmo não existir qualquer doença. No entanto, esta preocupação excessiva com sintomas físicos relacionados com possíveis doenças que possa ter provoca um enorme mau estar, clinicamente significativo, no sujeito, podendo mesmo levar a incapacidades a nível social, ocupacional e noutras áreas importantes do funcionamento individual do sujeito, preocupações e mau estar com duração de pelo menos seis meses consecutivos.


Na Hipocondria, a preocupação pode focar-se em funções corporais como o ritmo cardíaco ou sudorese, por exemplo, ou então em alterações físicas menores como uma pequena ferida ou uma tosse ocasional, ou até mesmo em situações físicas vagas e ambíguas como o cansaço cardíaco ou veias dolorosas. O sujeito atribui estes sinais ou sintomas corporais a uma suposta doença e acredita verdadeiramente preocupado procurando saber o seu significado, autenticidade e etiologia. Estas preocupações podem envolver vários órgãos ou sistemas simultaneamente ou em tempos diferentes. Em alternativa, a preocupação excessiva pode debruçar-se sobre apenas um órgão ou uma doença específica como o medo de uma doença cardíaca, por exemplo. São preocupações que pouco ou nada são aliviadas pela realização de exames repetidos, testes diagnósticos ou tranquilização médica. Os sujeitos hipocondríacos podem ficar alarmados por ouvirem ou lerem algo sobre doenças, conhecem alguém que adoeceu ou por observações, sensações ou ocorrências do seu próprio corpo. As preocupações das doenças com a doença das quais temem sofrer tornam-se geralmente um aspeto central na auto-imagem, um tópico do discurso social e uma resposta a situações de stress.

 

Procure aqui um apoio que o ajude a conhecer-se e a perceber porquê sente estas preocupações, ou sofre com estes receios! Aprenderá a lidar com eles e se entendidos, deixarão de o fazer sofrer dessa forma.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Bullying


 
O Bullying é um subtipo de violência escolar que se traduz numa série de comportamentos intencionais agressivos que se repetem regularmente por um ou mais alunos contra outro. Manifesta-se através de insultos, piadas, gozações, apelidos cruéis, ridicularizações, entre outros e pode ser visto como uma forma de pressão social que conduz a vários traumas na vida dos alunos que diariamente convivem com esta realidade, fazendo com que, limitem o seu dia-a-dia às pretensões dos agressores. O silêncio da vítima que sofre diretamente as consequências da agressividade dos outros colegas pelo receio de novas represálias, tem efeitos e danos que se traduzem no insucesso escolar, na fobia escolar, em depressões e sintomas psicossomáticos (dores ade cabeça, dores de barriga/estômago, enjoos, entre outros).
O aluno vítima dos atos agressivos do aluno agressor que é continuamente agredido faz uma leitura pessimista da sua capacidade para lidar com a situação, levando a que se favoreça a sensação de perca de controlo sobre a sua própria trajetória de vida e liberdade.

São vários os sinais de alerta da violência infantil. A criança vítima de bullying apresenta alterações de humor acentuadas, falta de paciência, irritabilidade, ataques de fúria, isolamento, frustração frequente, maus resultados escolares, queixas permanentes de dores e cansaço, abatimento físico e psicológico, inércia, dificuldade em estar atento, auto-agressão, impulsividade e fúria intensa.

 
Esteja atento a estes sinais e se for o caso, Procure ajuda para o seu filho!

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Perturbação Delirante

 
 
O sujeito com perturbação delirante tem ideias delirantes mas não bizarras, isto é, delírios que envolvem situações que ocorrrem na vida real, como por exemplo, ser perseguido, infetado, envenenado, amado à distância ou enganado pelo cônjuge ou amante, ou sofrer de uma doença que na realidade não sofre. Estas ideias delirantes têm, normalmente, duração não inferior a um mês.
Se, anteriormente ao episódio delirante, o sujeito já tiver apresentado alguma vez sintomas de Esquizofrenia como outras ideias delirantes mais frequentes, alucinações, discurso desorganizado, comportamento marcadamente desorganizado ou sintomas afetivos como embotamento afetivo, não se considera como sendo portador de Perturbação Delirante mas sim de Esquizófrenia. Na Perturbação Delirante, as alucinações cenestésicas e olfativas podem estar presentes caso estejam relacionadas com o tema das ideias delirantes, como por exemplo, sensação de estar infestado por insetos associada a ideias delirantes de infestação ou com a perceção de que se emite um odor desagradável por um orifício do corpo associado a ideias delirantes de referência.
Apesar do impacto das ideias delirantes ou das suas ramificações, o funcionamento do sujeito não está marcadamente alterado e o comportamento não é obviamente  estranho ou bizarro. Caso aconteçam episódios de humor em simultaneo de ideias delirantes, a duração total desses episódios é relativamente breve quando comparada com a duração total dos períodos delirantes.
 
Subtipos de Perturbações Delirantes:
  •  Tipo Erotomania - ideias delirantes de que outra pessoa, por norma de um nível socioeconómico superior, tem uma paixão pelo sujeito.
  • Tipo Grandeza - ideias delirantes de grande valor, poder, conhecimento, identidade ou relação especial com entidade famosa ou divina.
  • Tipo Ciúme - ideias delirantes de que o parceiro sexual do sujeito lhe é infiel.
  • Tipo Persecutório - ideias delirantes de que a pessoa ou alguém próximo está a ser de alguma forma malevolamente tratada.
  • Tipo Somático - ideias delirantes de que a pessoa sofre de algum defeito físico ou um estado físico geral.
  • Tipo Misto - ideias delirantes com características de mais do que um dos tipos acima referidos, mas sem nenhum tema predominante
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sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Terrores Noturnos


 
 
Ao contrário dos Pesadelos em que o sujeito ao acordar fica imediatamente orientado e alerta, os Terrores Noturnos provocam um estado de grande confusão e desorientação no sujeito. A principal característica dos Terrores Noturnos é a ocorrência de forma repetida de terrores durante o sono, despertares abruptos que surgem, geralmente, com um grito de pânico. Têm lugar no primeiro terço do período de sono principal e duram entre 1 a 10 minutos.

Os episódios de Terror Noturno fazem-se acompanhar por sinais de ativação autonómica e manifestações comportamentais de intenso medo e durante um episódio, o sujeito é muito difícil de acordar ou confortar. Ao acordar logo após o Terror Noturno, o sujeito não se recorda senão de imagens isoladas ou fragmentadas, caso acorde apenas na manhã seguinte, dá-se amnésia quase total para o acontecimento. Os episódios de terror noturno podem causar sofrimento clinicamente significativo ou disfuncionalidade social, ocupacional e noutras áreas importantes de funcionamento individual.

Ao longo de um episódio típico, o indivíduo pode sentar-se repentinamente na cama, gritando e/ou chorando com uma expressão facial assustada e com sinais independentes de intensa ansiedade como taquicardia, rubor, respiração rápida, sudorese, dilatação das pupilas e aumento do tónus muscular. Por norma, o sujeito não responde aos esforços do outro que o tenta acordar ou confortar e se acorda, fica muito confuso e desorientado por alguns minutos, refém de uma vaga impressão de terror, geralmente, sem conteúdo onírico. Apesar de serem retidas algumas imagens vividas, não existe um enredo como nos pesadelos. Frequentemente, o sujeito não acorda totalmente, volta a adormecer e tem amnésia para o episódio quando acorda na manhã seguinte. Alguns sujeitos recordam vagamente terem tido um episódio durante a noite mas não têm uma recordação pormenorizada do mesmo.

Para que se considere que o sujeito sofre de Terrores Noturnos, é necessário que este refira um sofrimento clinicamente significativo ou disfunção. Os episódios podem causar embaraço que condiciona as relações sociais. O sujeito evita situações em que outros tomem conhecimento da sua perturbação, como acampar, dormir em casa de amigos ou mesmo dormir acompanhado.

Pesadelos ou Perturbação da Ansiedade do Sono


 
 
 
Os Pesadelos ou a Perturbação da Ansiedade do Sono consiste na ocorrência repetida de sonhos assustadores que levam o sujeito a despertares frequentes no período principal do sono em que o sujeito fica rapidamente orientado e completamente alerta ao acordar. Estes sonhos assustadores e as interrupções de sono resultantes destes, causam um grande sofrimento ou disfunção social e ocupacional. O sujeito que sofre de Pesadelos só pode ser diagnosticado com esta perturbação se esta não estiver associada aos efeitos de determinada substância ingerida, como drogas ou abuso de medicamentação, a um estado físico geral ou à evolução de alguma outra doença mental.

Por norma, os pesadelos acontecem numa sequência organizada e duradoura do sonho que se torna elevadamente aterradora e ansiogénica. Frequentemente o conteúdo do sonho se foca em perigos iminentes para o sujeito, como agressões, perseguições, ataques, ameaças à autoestima, sobrevivência e segurança pessoal. Em outros casos, o perigo pode ser mais subtil como fracasso ou embaraço pessoal, provocando contudo o mesmo mal-estar e ansiedade. Os pesadelos ocorrentes após uma situação traumática, podem simular a situação perigosa ou ameaçadora original, no entanto, a maior parte dos pesadelos não revivem acontecimentos reais. Os sujeitos com Perturbação da Ansiedade do Sono, conseguem descrever ao pormenor a sequência do sonho e o seu conteúdo, ao acordar. Podem relatar variados pesadelos numa só noite sempre em redor do mesmo tema.

Geralmente, os pesadelos terminam com um acordar associado a um estado completo de alerta, pelo que o sujeito fica com uma sensação de medo e/ou ansiedade que resulta numa grande dificuldade em voltar a adormecer. Esta perturbação causa mais sofrimento subjetivo do que disfunção social ou ocupacional demonstráveis, no entanto, se as interrupções do sono forem frequentes ou se o sujeito começa a evitar dormir por medo dos pesadelos, pode registar sonolência excessiva, falta de concentração, ansiedade ou irritabilidade e depressão, que podem interferir com o funcionamento diário do sujeito.

 

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Fobia Social


 
 
A Fobia Social surge habitualmente a meio da adolescência, emergindo por vezes de uma história infantil de inibição social e de timidez. Certos sujeitos descrevem um início precoce na infância que pode surgir abruptamente a uma experiência stressante ou humilhante ou pode ser insidioso. A evolução da Perturbação por Ansiedade Social é frequentemente contínua, é muitas vezes crónica mas pode ter intensidade acentuada ou remitir durante a idade adulta, intensidade que flutua com as exigências ou acontecimentos da vida stressantes.


O sujeito com fobia social tem sempre um medo acentuado e constante de uma ou de mais situações sociais e de desempenho nas quais o sujeito está exposto a pessoas desconhecidas ou à possível observação de outras. Este teme poder a vir comportar-se ou mostrar qualquer sinal de ansiedade de modo humilhante ou embaraçador.

A exposição à situação social temida provoca frequentemente a ansiedade que pode assumir a forma de um Ataque de Pânico situacional ou situacionalmente predisposto. Nas crianças, esta ansiedade é muitas vezes expressa por choro, birra, imobilidade ou receio nas situações sociais com pessoas que não conhece. Por norma, o sujeito tem consciência de que o medo sentido é irracional e excessivo. No caso das crianças esta consciência pode não estar presente.

O sujeito com fobia social evita ou enfrenta com intensa ansiedade ou mal-estar as situações sociais ou de desempenho. O evitamento, antecipação ansiosa ou mal-estar nas situações sociais ou de desempenho interferem significativamente com as rotinas normais da pessoa, funcionamento ocupacional, relacionamentos ou atividades sociais ou existe mal-estar acentuado por ter a fobia.

 
A Psicoterapia ajuda-o no controlo desta ansiedade e a lidar com as situações de exposição ao outro que o deixam tão amedrontado. Procure ajuda para que este intenso mal-estar não interfira significativamente com as suas rotinas diárias e faça com que se isole cada vez mais. Não se deixe consumir pelo sofrimento.