Segundo
Bishop & Adams, (1990) as crianças em idade pré-escolar que evidenciam
alterações ao nível da linguagem oral tornam-se num potencial grupo de risco
para virem a apresentar dificuldades na aprendizagem do mecanismo
leitura/escrita. Não obstante, as crianças que se deparam com dificuldades na
leitura/escrita tendencialmente manifestam défices linguísticos, nas
componentes expressiva e compreensiva da linguagem, variando esse défice de
acordo com os subsistemas linguísticos.
De
entre os subsistemas linguísticos, é a fonologia, em especial o processamento
fonológico, que se encontra mais vulnerável no decorrer das aprendizagens,
observando-se alterações ao nível da perceção, retenção, recuperação e
manipulação dos sons da Língua Portuguesa.
Esta
habilidade para identificar e manipular as unidades constituintes da linguagem
oral assegura que a aprendizagem da leitura e escrita faça a correspondência
entre o código oral e o código escrito.
Nesse
sentido, quando se verificam dificuldades nas componentes linguísticas, a criança
não conseguem descodificar o código escrito, apresentando um ritmo mais lento
na associação fonema/grafema (som-letra).
Torna-se imperativo que pais e professores estejam atentos às aprendizagens da criança, para no caso de dificuldades demonstradas, a criança ser acompanhada por um Terapeuta da Fala.
Ressalta-se para a importância de uma deteção precoce, para que a criança compreenda o mais rapidamente possível o funcionamento do código escrito da linguagem, auxiliando-a tanto na expressão escrita (ortografia e sintaxe) como na compreensão escrita (compreensão de textos).
Liliana Silvestre