Na vida, nada deve ser receado, tudo deve ser compreendido.
Marie Curie

domingo, 1 de abril de 2012

Gaguez



A gaguez é uma perturbação do domínio das interacções orais, uma perturbação do próprio débito da elocução e não da linguagem em si. Verifica-se em cerca de 1% das crianças sendo que na sua maioria rapazes.

Gaguez Tónica – é caracterizada por um bloqueio e impossibilidade de emitir um som durante algum tempo

Gaguez Clónica – caracteriza-se pela repetição involuntária, sacudida e explosiva de uma sílaba, muitas vezes a primeira da frase.

A gaguez é fortemente acompanhada por uma variedade de movimentos motores como a crispação do rosto, tiques ou gestos variáveis mais ou menos estereotipados do rosto, da mão, dos membros inferiores e manifestações emotivas como o rubor, suor das mãos ou mal-estar podem surgir associadas.

Esta perturbação surge geralmente entre os 3 e os 5 anos de idade, no entanto, é na infância ou na adolescência que pode subrevir uma gaguez, muitas vezes de forma súbita, associada após um choque afectivo ou emocional.

A gaguez é variável, isto é, depende o sujeito, do seu estado afectivo e do conteúdo do discurso que pretende reproduzir. Acentua-se quando a relação é susceptível de desencadear uma emoção e apazigua-se ou desaparece quando as emoções estão mais facilmente controladas.

As perturbações psicoafectivas da criança gaga são tais que ninguém pode ignorá-las. No entanto, estas perturbações podem ser devido a uma personalidade patológica ou a um ambiente patológico.

O gago é normalmente introvertido, ansioso, passivo, submisso podendo ser agressivo e impulsivo.

A génese das perturbações não pode ser entendida longe do problema da comunicação e da realização da linguagem pois as reacções ansiosas, hostis ou agressivas face ao outro são susceptíveis de bloquear a espontaneidade da linguagem e de fazer aparecer o sintoma (a gaguez).

A mãe da criança gaga é normalmente ansiosa e sobreprotectora ou então distante e pouco calorosa, mãe sem segurança e insatisfatória contraditória nas suas atitudes de captação e depois de rejeição.


EVOLUÇÃO E TRATAMENTO

Em certos casos a gaguez se atenua ou chega mesmo a desaparecer espontaneamente com a idade. A sua possível persistência e o entrave relacional que representa justificam uma abordagem terapêutica.
Quanto mais precoce for o tratamento da gaguez, mais rápidos e melhores serão os resultados. É entre os 5 e os 7 anos que a terapia deve ser iniciada.
Após os 10 anos de idade e na adolescência, os tratamentos tornam-se mais difíceis e os resultados aleatórios, pelo menos relativamente ao sintoma. Isto porque se pensarmos que com o desenvolvimento da criança a gaguez pode separar-se do seu significado primitivo e permanecer apenas como um traço sem relação com a problemática psicoafectiva do indivíduo actual.

Encaminhe o seu filho para o Psicólogo se ele sofre de gaguez. Ajude-o a que a gaguez não o atormente no futuro próximo!

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