Na vida, nada deve ser receado, tudo deve ser compreendido.
Marie Curie

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Bulimia


A Bulimia nervosa é um transtorno alimentar caracterizado por períodos de compulsão alimentar seguidos por comportamentos não saudáveis para perda de peso rápido como induzir vômito (90% dos casos), uso de laxantes, abuso de cafeína, uso de cocaína e/ou dietas inadequadas. Se diferencia da anorexia nervosa por envolver grande variação de peso, descontrole alimentar frequente e estar mais associado a depressão maior, enquanto a vítima de anorexia nervosa está mais associado com uma magreza excessiva, longos períodos sem se alimentar e transtornos de ansiedade.

Na bulimia o paciente não quer engordar, mas não consegue conter o impulso para comer por mais do que alguns dias. O paciente com bulimia tipicamente não é obeso porque usa recursos extremos para eliminar o excesso ingerido.
O bulímico é um paciente com vergonha de seu problema, com sentimento de inferioridade e auto-estima baixa. O paciente reconhece o absurdo de seu comportamento, mas por não conseguir controlá-lo sente-se inferiorizado, incapaz de conter a si mesmo, por isso vê-se a si mesmo como uma pessoa desprezível. Procura esconder dos outros s seus problemas para que não desprezem também.

Os pacientes bulímicos geralmente estão dentro do seu peso ou um pouco acima. Tentativas de dieta são realizadas constantemente e tentativas de adaptar os afazeres e compromissos rotineiros com os episódios de ingestão e auto-indução de vómito tornam seu estilo de vida bizarro, pois os episódios devem ser feitos às escondidas, mesmo das pessoas íntimas. Uma alternativa para a manutenção de seu problema escondido é a opção pelo isolamento e distanciamento social, que por sua vez gera outros problemas. Assim como a anorexia, a Bulimia ocorre geralmente no adolescente, predominantemente nas mulheres. Os assuntos preferidos de conversa são relacionados com técnicas/formas de emagrecimento. É comum o comportamento de esconder alimentos para futuros episódios.
Esta doença tem incidência maior a partir da adolescência e de 3 a 7% da população, embora seja difícil mapear o real número de pessoas que sofrem da doença, uma vez que ela está cercada de preconceitos e é difícil para o próprio doente confessar seu problema. Cerca de 90% dos casos ocorre em mulheres.

Saliente-se que a bulimia não constitui uma completa perda do controlo. O paciente consegue planear os seus episódios, esperar para ficar sozinho e guardar alimentos, por exemplo.

Critérios de Diagnóstico:

* Episódios recorrentes de consumo alimentar compulsivo - episódios bulímicos;
* Comportamentos compensatórios inapropriados (como vômito e abuso de substâncias);
* Os episódios bulímicos e compensatórios ocorrem pelo menos duas vezes por semana, por no mínimo três meses;
* Auto-avaliação indevidamente influenciada pela forma e peso corporais.
Consequências Negativas Habituais para a Saúde:
  • Problemas nos dentes e gengivas;
  • Desidratação;
  • Fadiga;
  • Ressecamento da pele;
  • Arritmia cardíaca;
  • Irregularidade ou perda da menstruação;
  • Constipação;
  • Humor depressivo e variável.
Métodos compensatórios de Perda e Peso:
  • Auto-indução de vómito;
  • Jejuns prolongados;
  • Uso de laxantes, diuréticos e enemas;
  • Exercícios excessivos;
  • Dietas ineficientes e não saudáveis;
  • Lipoaspiração e outros procedimentos cirúrgicos para reduzir o peso.
Fatores psicológicos:
  • Baixa auto-estima;
  • Pensamento do tipo “tudo ou nada” (extremistas);
  • Ansiedade elevada;
  • Perfeccionismo;
  • Dificuldade de encontrar formas saudáveis de obter prazer e satisfação;
  • Excessivamente críticos;
  • Excessivamente exigentes;
  • Insatisfação constante.
Tratamento:
Os antidepressivos tricíclicos já foram testados e apresentaram respostas parciais, ou seja, os pacientes melhoram, mas não se recuperam completamente. Os antidepressivos IMAO também apresentam uma melhora similar a dos tricíclicos, porém melhor tolerado pelos pacientes por terem menos efeitos colaterais. Os estimulantes por inibirem o apetite também apresentaram bons resultados, mas há poucos estudos a respeito ainda.
Muitos pacientes só com psicoterapias apresentam remissão completa. Mesmo que a pessoa com bulimia consiga emagrecer com ajuda de medicamentos, sem resolver os fatores psicológicos através da realização de uma psicoterapia, é muito provável que ela volte a ter novas crises no futuro e continue infeliz consigo mesma.

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