Atualmente, existem pelo menos seis categorias de DA que já foram identificadas:
Auditivo-linguística: Prende-se com um problema de perceção que, frequentemente, leva o aluno a ter dificuldade na execução ou compreensão das instruções que lhe são dadas. Não é um problema de acuidade auditiva, mas sim de compreensão/perceção daquilo que é ouvido.
Visuo-espacial: Envolve características diversas, tais como alguma incapacidade para compreender a cor, para diferenciar estímulos essenciais de secundários (problemas de figura-fundo) e para visualizar orientações no espaço. Aqueles alunos que apresentem problemas nas relações espaciais e direcionais têm frequentemente dificuldades na leitura, como por exemplo, começar a ter problemas na leitura das letras b/d e p/q (reversões).
Motora: Apresenta DA relacionadas com a área motora, tendo problemas de coordenação global ou fina ou mesmo de ambas, visíveis quer em casa quer na escola, originando problemas na escrita e no uso do teclado e do rato de um computador.
Organizacional: Este problema leva o aluno a ter dificuldades quanto à localização do princípio, meio e fim de uma tarefa. O aluno tem ainda dificuldade em resumir e organizar informação, o que o impede de fazer os trabalhos de casa, apresentações orais e outras tarefas escolares afins.
Académica: Esta categoria é uma das mais comuns. Os alunos tanto podem apresentar problemas na área da matemática, como serem dotados nesta mesma área e terem problemas na área da leitura ou da escrita, ou em ambas.
Socioemocional: O aluno tem dificuldade em cumprir regras sociais (esperar pela sua vez) e em interpretar expressões faciais o que faz com que ele seja muitas vezes incapaz de desempenhar tarefas de acordo com a sua idade cronológica e mental.
A identificação das Da deve ser feita o mais precocemente possível, através de observações dos comportamentos da criança. Assim, os profissionais (especialmente os educadores e professores) e os pais, devem estar atentos a um conjunto de sinais que a criança manifeste contínua ou frequentemente, uma vez que não existem indicadores isolados para a identificação das Da.
O ensino direto do uso eficaz da língua deverá assentar em atividades concebidas para estimular capacidades específicas e atingir objetivos determinados.
Nos primeiros anos de escolaridade deverá ser prestada especial atenção à expressão espontânea da criança, devendo para tal serem:
· Aproveitadas as oportunidades oferecidas pelas experiências do quotidiano;
· Observar e relatar acontecimentos vividos e discuti-los com pares e adultos é primordial na exposição e situações que requerem o aumento de vocabulário e a utilização de estruturas sintáticas de complexidade crescente.
· A dramatização;
· A recitação de rimas e poemas;
· A leitura em voz alta
Todas estas atividades vão favorecer o contacto com um leque alargado de vocabulário e estimular a capacidade antecipatória da criança, determinante na mestria da linguística.
Além da intervenção da família e da escola a criança com dificuldades de oralidade deve beneficiar de apoio mais especifico e especializado de profissionais de terapia da fala, que tal como acontece com a família deverá fazer articulação com a escola e serviço de psicologia, caso esteja também implicado.

Por: Liliana Silvestre
Terapeuta da Fala