Caracteriza-se por uma tendência
para a desconfiança e para a suspeita nas relações interpessoais, por um ciúme
em relação ao cônjuge que pode levar a comportamentos belicosos, hostis ou
vingativos. O contacto destas personalidades é marcado pela pobreza de afectos
positivos e a sua atitude é rígida, o discurso deriva de falsidade de juízo,
das interpretações hostis, mas permanece construído e organizado.
Este sujeito mostra uma propensão
para o confronto, por vezes sob um modo caracterial e violento. O seu percurso
pode estar ponteado de acidentes sociais e de processos judiciários.
O paranóico tem dificuldades em
dar a sua confiança e em investir numa relação afectiva e quando isto acontece,
esta relação é frequentemente invadida pela suspeita. A decepção e a
desconfiança, assim como a tirania que faz reinar o sujeito paranóico na sua
envolvência, favorecem o isolamento social e alimentam, em retorno, os desvios
de interpretação.
O estilo cognitivo do sujeito com
personalidade paranóica revela uma sobrestimação de si mesmo e uma atribuição
de qualidades negativas ao outro. Ele faz frequentemente referência a
princípios morais, mas o seu próprio comportamento, por detrás da fachada
polida e rígida, pode revelar-se imprevisível.
Nalguns destes sujeitos, a paranoia
pode ser conceptualizada por uma defesa contra tendências homossexuais
inconscientes. Mas na maior parte deles, a paranoia é uma defesa da sua
fragilidade na auto-estima e revela a sua luta constante pela manutenção da
autonomia. O paranóico possui uma distorção da imagem de si pois considera-se
como correcto e leal e percebo os outros como falsos e dissimulados.
Sintomas:
·
Sensibilidade
excessiva aos insucessos e recusas;
·
Tendência
rancorosa tenaz, por exemplo, recusa de perdoar os insultos, os danos ou as
afrontas;
·
Antecipação,
sem razão suficiente, que os outros o vão explorar, prejudicar ou enganar;
·
Preocupação
com dúvidas injustificadas relativamente à lealdade ou fidelidade dos seus
amigos ou associados;
·
Carácter
suspeitoso e tendência avassaladora para deformar os acontecimentos,
interpretando as acções imparciais ou amigáveis do outro como hostis ou
desprezantes;
·
É
reticente em desconfiar do outro devido a um receio injustificado de que a
informação seja utilizada de maneira pérfida contra ele;
·
Descobre
significados ocultos, humilhações ameaçadoras em comentários ou acontecimentos medíocres;
·
Guarda
rancor, não perdoa ser insultado ou desdenhado;
·
Dúvidas
repetidas e injustificadas quanto à fidelidade em particular a uma sobreavaliação
da sua própria importância;
·
Preocupação
por explicações sem fundamento, de tipo conspirativas, relativamente aos
acontecimentos envolventes ou no mundo em geral;
·
Percebe
ataques contra si mesmo ou contra a sua reputação quando isso não é aparente
para os outros e está pronto a contra-atacar ou reage com cólera.
Estas pessoas vivem num constante e permanente sofrimento interior e transformam
a vida do outro num verdadeiro tormento. Nem sempre admitem, entendem e aceitam
que não estão bem o que leva a que muitas vezes tenha de ser o familiar/amigo a
dar o “empurrãozinho” para um início de um caminho para o tratamento. Não deixe
que estas características passem despercebidas e que o façam sofrer a si e aos
outros! Peça-nos ajuda!
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