Ironia era o seu próprio nome…
herdado por quem lhe deu a vida, por quem teria o dever de mimar, de dar amor.
Significando confiança, expectativa, crença na aquisição de um bem que se
deseja, tudo remete para o belo, para o infinito, para a fé, para a vida!
Nunca se esperam erros daqueles a
quem queremos bem e é sempre o último a querer ver, aquele que está presente,
que partilha, que acredita, que ama!
E existem erros realmente
incompreensíveis aos olhos da sociedade, inconcebíveis ao conhecimento do senso
comum, à agnosia do povo. Nem se espera que sejam compreendidos. Não se atende
que sejam aceites no nosso quotidiano. Que seria de nós se assim o fosse?!
“Desacertos” deste tipo, causam
tremores até naqueles que se instruíram para saber olhá-los de frente,
estudá-los a fundo, perceber porque existem. Nem sempre é interessante entender
como funciona a mente humana. Nem sempre é glorioso e bonito conhecer as várias
características que formam as existentes personalidades. A mente humana tem
demasiados corredores longos e sombrios… tantos que o próprio indistinto os
desconhece. Muitos deles misturados e confusos, amalgamados e mesclados, muitos
deles inóspitos e adversos.
As certezas de uma vida e de
muitos dos porquês, estão no conhecimento das vidas precedentes, dos fios que a
entrelaçam, do sangue que lhe escorre nas veias. Existem vidas demasiado
embrulhadas e existem nelas razões com que a própria razão não se deparou.
É intrigante é como não há quem
se tenha dado conta… quem não tenha reparado numa só característica. Quem não
tenho tido tempo para poder observar sem se aperceber. Quem não se tenha
realmente importado com o outro. O egoísmo continua a prevalecer! E a crítica
continua a ser o cimo do valor humano. Porque houve quem visse a inconstância,
houve quem desse conta da instabilidade, houve quem não quisesse compreender a
tristeza, a agressividade, o desequilíbrio.
Existe a sedução, a falsidade, a
irresponsabilidade, o desrespeito e a violação dos direitos dos outros, a
incapacidade de conformação com as regras sociais. Existe a despreocupação, a
mentira, a ausência de remorso, a indiferença. Nada disto é perfeitamente
compreensível, nada disto se espera que se reconheça e apreenda. Mas existe o
olhar inquieto e perdido, muitas vezes com dificuldade em contactar, existe a
agonia invisível e transparente, existe a angústia escondida, o sorriso mortiço
e a convivência superficial. Existe a instabilidade que tantos acham doidice, a
vontade de pôr fim à vida sem razão aparente. Parece-me que o que existe
verdadeiramente, é a falta de empatia no ser humano!
Agora… agora ficam as memórias.
Sobram as lágrimas, brotam as recordações. Espera-se que fique a esperança de
que estes “desacertos” não sejam esquecidos, de que estes actos não existiram
em vão.
Ironia… foi a vida, de uma vida
há muitos anos, que veio ao mundo sem conhecer um dia o significado do nome que
lhe foi deixado.
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