" Eu estou autorizado a transgredir as regras; os outros são as presas "
Este tipo de personalidade corresponde a uma forma de funcionamento de desprezo e de transgressão relativamente aos direitos dos outros. São sujeitos instáveis e caracterizam-se por uma inadequabilidade e forte impulsividade que está na origem de sintomas exteriorizados que explicam uma desregulação comportamental induzindo uma incapacidade para antecipar as consequências negativas dos actos, mas também uma intolerância em relação às situações de frustração. Uma vez que não podem tirar partido das suas experiências passadas, estes sujeitos inscrevem-se num modo de funcionamento que os leva a repetir actos com consequências deletérias, como a adopção de condutas de risco repetidas e a deliquência (por exemplo: risco de acidentes, homicidios, suicídios...).
A agressividade está presente, principalmente quando os seus desejos são contrariados, As passagens ao acto podem desencadear-se sem um significado real, excepto na transgressão de um interdito motivada por uma forte impulsividade motora, que o sujeito é incapaz de controlar (não é capaz de controlar os impulsos). Por outro lado, tendem a mostrar-se indiferentes, a minimizar as consequências dos seus actos ou a racionalizá-las, dizendo por exemplo "isto tinha de acontecer e não temos nada a ver com isso".
É notório um certo prazer relacionado com comportamentos agressivos, conferindo a estes sujeitos uma porção de perversidade. A nível afectivo, observa-se uma falta ou até mesmo ausência de ansiedade e de empatia. Podem mostrar-se cínicos, arrogantes, imorais e podem desprezar os sentimentos e o sofrimento do outro. A afectividade é reduzida e as tendências egocêntricas e orgulhosas são bastante marcadas.
Constatam-se competências relacionais reais que lhes conferem um certo encanto aos olhos do outro. Podem ser efectivamente sedutores, ter a palavra fácil para impresionar os outros. Contudo, o contacto permanece bastante superficial e as relações são pouco investidas.
Apresentam uma frieza afectiva, uma insensibilidade e tendência para encantar o outro. Estes traços são comuns às personalidades anti-social e narcísica.
A Psicopatia caracteriza-se pela impulsividade, tendências anti-sociais e por uma instabilidade afectiva e profissional muito próxima da personalidade anti-social. Possuem um encanto superficial, ausência de remorsos e de honestidade, egocentrismo, incapacidade de estabelecer relações íntimas duradouras, pobreza das emoções, incapacidade de perceber o efeito do seu comportamento sobre o outro.
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