O Luto é um processo
natural que ocorre sempre que há uma perda significativa na vida de alguém.
Essa perda pode ser de natureza diversa, como por exemplo, morte de um ente
próximo, perda de um emprego, uma modificação corporal, uma alteração
importante das condições de vida como uma separação, um divórcio ou término de
uma relação, perda por roubo, a não concretização de um sonho, perda da
junventude, perda de controlo, a perda do papel de pai ou de mãe quando os
filhos saem de casa. Ao olhar e
compreender a dor da perda num sentido mais amplo, pode-se sofrer por algo
quase toda a sua vida. Apesar disso, a dor da perda é diferente para
todos.
O luto pode também constituir parte integrante de um processo de
crescimento psico-emocional.
Contudo, a dificuldade
em encarar o fim da vida, como parte da existência é o que faz do luto uma
experiência tão apavorante e dolorosa. Desde de criança que o ser humano é
treinado para não perder e, ao invés de se trabalharem também as perdas, porque
fazem parte da vida, incentivamos as crianças a ganhar e acumular ganhos.
Os pais protegem os filhos de
frustrações e, perder é essencial para entender que nada na vida é permanente.
Na infância perdemos jogos, objectos e até pessoas (normalmente os avós).
Assim, a preparação para encarar a morte de forma menos traumática é possível e
começa na infância.
As crianças podem ir aos funerais e é importante
que lhes demos respostas honestas (sempre adequadas à idade), acerca da morte,
em vez de respostas fantasiosas, como a de que a pessoa foi para o céu, viajou
ou tornou-se uma estrelinha. No dia-a-dia é preciso falar das perdas como parte
da vida. Ensinar as crianças sobre a finitude ajuda a objectivar a existência,
reduzindo a angústia existencial.
O processo de luto é
essencialmente entendido como uma resposta à perda, uma expressão que pode
incluir tristeza, fadiga, depressão, alívio, choque, raiva, culpa e ansiedade. A importância da perda depende da importância
da relação que tenha sido cortada. Os recursos individuais e sociais de
apoio para lidar com a perda variam. Algumas pessoas são capazes de realizar
sozinhas a elaboração do luto enquanto outras necessitam de apoio de outros.
Características do Luto Patológico:
* Comportamentos de dor semelhante aos da
pessoa que sofre de Depressão, incluindo distúrbios do sono e do apetite,
tristeza intensa, esses comportamentos são apenas evidentes para um curto
período de tempo numa reação de luto;
* Intensos
sentimentos de solidão e isolamento após a perda podem tornar-se tão
esmagadores que a pessoa pode retirar-se do convívio social, isolando-se até
desse suporte;
* A raiva é uma
emoção frequente na sequência de uma perda e é muitas vezes confusa para quem a
sente e para os que o rodeiam. Pode ser dirigida ao falecido para deixar o luto
ou pode resultar de um sentimento de frustração e de culpa pela morte, onde a
raiva é virada contra si próprio;
* O luto é uma
montanha russa emocional e um fator de stress emocional elevado pelo que não só
provoca distúrbios emocionais, mas também sintomas físicos, tais como: peito
apertado, sensibilidade excessiva ao ruído, falta de ar, fraqueza muscular e
falta de energia. Ocasionalmente a saúde física pode ser seriamente
prejudicada, e é crescente a evidência clínica de que as pessoas recentemente
enlutadas são relativamente vulneráveis à doença física.
Tratamento:
Quando se verificam algumas das
situações atrás descritas, em que o processo de luto se desenvolve de um modo
disfuncional e mal adaptativo, deve recorrer-se a ajuda especializada.
Nestes casos, torna-se necessária a implementação de uma intervenção específica, que pode incluir a utilização de psicofármacos e a psicoterapia.
Nestes casos, torna-se necessária a implementação de uma intervenção específica, que pode incluir a utilização de psicofármacos e a psicoterapia.
A Psicoterapia é uma enorme ajuda
para elaborar o Processo de Luto. O objetivo da terapia do Luto é identificar e
facilitar a resolução de dificuldades que impedem o indivíduo de completar as
tarefas de Luto.
A psicoterapia poderá constituir uma mais valia, na medida em que é um espaço no qual o paciente pode expressar a sua dor, ao mesmo tempo que promove o desenvolvimento de mecanismos internos que permitem superar as fixações ou bloqueios, com vista à aceitação da perda e a um reposicionamento no mundo real (Parkes, 1998).
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