As dificuldades na aprendizagem caminham a maior parte das vezes ao lado que problemas emocionais. São várias as situações emocionais e comportamentais que se manifestam através da dificuldade na escola e ganham forma no insucesso escolar.
Não é fácil perceber o porquê desse insicesso escolar, o certo é que algumas crianças, diante da aprendizagem, criam resistências e bloqueios pelos medos e ansiedades que tal situação lhes provoca, o que as leva a grande instabilidade.
Estas crianças organizaram-se psiquicamente face às condições de vida em que se deu o seu desenvolvimento, e essa organização pessoal cheia de carências ao nível afectivo, ou fruto da vida fantasmática (fantasias da criança), não é compatível com o processo de aprendizagem.
Muitas vezes, os pais e os profissionais de educação (professores e educadores), ficam sem saber o que fazer, perante estas dificuldades que por vezes surgem no decorrer do processo de aprendizagem escolar das crianças. Estas dificuldades são cada vez mais notórias em idade mais tenra. Sucedem-se os pedidos de avaliação psicológica, oriundos de diversos técnicos. No entanto, estes testes apenas têm como função avaliar os componentes cognitivos e de funcionamento geral da criança. É-nos fornecida uma informação que em pouco ajuda e que apenas pode servir para desresponsabilizar os adultos envolvidos, ao ponto de se poder dizer “afinal há um problema!”. No entanto, o que os testes nos dizem é precisamente o contrário. Ao nível cognitivo está tudo bem. A nível emocional não.
Na generalidade dos casos não são as lacunas a nível cognitivo cognitivo, mas sim a ausência de um bem-estar emocional que faz com que a criança não se sinta disponível interiormente para manter a vontade de conhecer e aprender. Estas crianças estão preocupadas com outras coisas, cheias de outras coisas,coisas que perturbam, podemos dizer, logo não existe espaço para mais nada, e o conteúdo das aprendizagens pode por vezes despertar emoções difíceis de viver.
Nestes casos, e sempre que os professores ou pais verifiquem que a criança não está bem emocionalmente, poderão recomendar que consultem alguém da especialidade. Ao procurar o Psicólogo Clínico, será feita uma avaliação cognitiva e emocional para que se conclua qual a melhor intervenção e a necessidade ou não de um acompanhamento psicológico. Quase sempre é. Se for necessária intervenção de pedopsiquiatria será aconselhado pela psicóloga que os pais o façam. Poderá ser necessária uma intervenção multidisciplinar.
É de salientar que quando a família está receptiva e com disponibilidade para ajudar realmente a criança, um bom trabalho em conjunto com a família e a criança, é suficiente para desbloquear o problema emocional. Quanto mais o problema se arrasta no tempo, mas difícil será inverter a situação. Culpabilizar os pais e a escola não é solução, em nada ajuda a criança.
Características Principais nestas crianças:
* Irrequietude constante, não raras vezes confundida com a hiperactividade;
* Tristeza;
* Apatia;
* Agressividade verbal
* …
Quando a tem este género de problemas, eles são o reflexo do meio que os envolve. Influencia e é influenciada. É necessária uma intervenção especializada no contexto por que se não houver, o problema arrasta-se, podendo complicar uma situação que pode ter uma solução rápida.
É muito importante que os pais estejam alertas sempre que algum técnico sugira que a criança é hiperactiva, tem qualquer doença do espectro do autismo, síndrome de Asperger, dislexia, e peçam uma segunda opinião. Está na moda, fruto da criação de alguns centros de desenvolvimento infantil, atribuírem rótulos deste tipo a todas as crianças.
Procure ajuda para o seu filho e para si!
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.