A gaguez é uma perturbação do
domínio das interacções orais, uma perturbação do próprio débito da elocução e
não da linguagem em si. Verifica-se em cerca de 1% das crianças sendo que na
sua maioria rapazes.
Gaguez Tónica – é caracterizada por um bloqueio e impossibilidade
de emitir um som durante algum tempo
Gaguez Clónica – caracteriza-se pela repetição involuntária,
sacudida e explosiva de uma sílaba, muitas vezes a primeira da frase.
A gaguez é fortemente acompanhada
por uma variedade de movimentos motores como a crispação do rosto, tiques ou
gestos variáveis mais ou menos estereotipados do rosto, da mão, dos membros
inferiores e manifestações emotivas como o rubor, suor das mãos ou mal-estar
podem surgir associadas.
Esta perturbação surge geralmente
entre os 3 e os 5 anos de idade, no entanto, é na infância ou na adolescência
que pode subrevir uma gaguez, muitas vezes de forma súbita, associada após um
choque afectivo ou emocional.
A gaguez é variável, isto é,
depende o sujeito, do seu estado afectivo e do conteúdo do discurso que
pretende reproduzir. Acentua-se quando a relação é susceptível de desencadear
uma emoção e apazigua-se ou desaparece quando as emoções estão mais facilmente
controladas.
As perturbações psicoafectivas da
criança gaga são tais que ninguém pode ignorá-las. No entanto, estas
perturbações podem ser devido a uma personalidade patológica ou a um ambiente
patológico.
O gago é normalmente introvertido, ansioso, passivo, submisso podendo
ser agressivo e impulsivo.
A génese das perturbações não
pode ser entendida longe do problema da comunicação e da realização da
linguagem pois as reacções ansiosas, hostis ou agressivas face ao outro são
susceptíveis de bloquear a espontaneidade da linguagem e de fazer aparecer o
sintoma (a gaguez).
A mãe da criança gaga é
normalmente ansiosa e sobreprotectora ou então distante e pouco calorosa, mãe
sem segurança e insatisfatória contraditória nas suas atitudes de captação e
depois de rejeição.
EVOLUÇÃO E TRATAMENTO
Em certos casos a gaguez se
atenua ou chega mesmo a desaparecer espontaneamente com a idade. A sua possível
persistência e o entrave relacional que representa justificam uma abordagem
terapêutica.
Quanto mais precoce for o
tratamento da gaguez, mais rápidos e melhores serão os resultados. É entre os 5
e os 7 anos que a terapia deve ser iniciada.
Após os 10 anos de idade e na
adolescência, os tratamentos tornam-se mais difíceis e os resultados
aleatórios, pelo menos relativamente ao sintoma. Isto porque se pensarmos que
com o desenvolvimento da criança a gaguez pode separar-se do seu significado
primitivo e permanecer apenas como um traço sem relação com a problemática
psicoafectiva do indivíduo actual.
Encaminhe o seu filho para o Psicólogo se ele sofre de gaguez. Ajude-o
a que a gaguez não o atormente no futuro próximo!
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