Entende-se por
Hiperatividade comportamentos desorganizados onde existe um predomínio de inquietude
combinada com desatenção que não é própria para a idade e que se revela intensa
com tendência à gravidade destes sintomas. As crianças com hiperatividade têm
uma grande dificuldade em manter a atenção e a concentração mesmo que por
breves momentos, apresentam graves problemas de sono e muito dificilmente
conseguem estar quietas.
Uma criança inquieta, embora
com grande atividade consegue alguns momentos de tranquilidade, consegue
descansar, consegue parar quando as atividades lhe interessam. A criança
hiperativa não.
Esta irrequietude
surge, muitas vezes, como uma forma de reagir à ansiedade tendo por isso um
fundo de depressão. Isto é, como não é capaz de pensar e refletir o sofrimento,
a criança age como substituição ao pensar, utilizando assim o comportamento
como forma de descarga.
O primeiro sintoma
psicomotor entende-se como o primeiro sinal de uma tentativa de adaptação ao
que os outros exigem dela, usando-o como uma chamada de atenção.
Qualquer instabilidade
está relacionada com uma fuga, onde existe algo que não deixa a criança estar
quieta e/ou em silêncio pois isso levá-la-ia a ter de pensar nos fantasmas mais
ligados à sua realidade interior, o que lhe provocaria mais sofrimento. Desta
forma, a instabilidade pode ser mesmo entendida como uma procura incessante de
estabilidade que acaba por levar à insegurança.
Assim, é essencial,
numa primeira intervenção, fazer uma avaliação e diagnóstico correto da criança
para perceber se é uma criança inquieta ou hiperativa.
Tratamento
A terapêutica a aplicar
nestes casos será a abordagem sistémica, isto é, trabalhar todos os
contextos/sistemas em que a criança se insere, a escola, a família e a própria criança.
No contexto familiar, é
muito importante a modelagem da relação pais-filho(s), fazendo com que esta se
torne mais serena, ajudando os pais a aprenderem a acalmar-se e essencialmente
a lidar com esta criança de uma forma mais tranquila, que naturalmente os deixa
completamente exaustos. Ajudar os pais na construção de uma relação mais organizadora
e mais rica e contentora em termos de afetos.
A nível escolar é
importante que ajudem a criança a pensar melhor, criando situações de
aprendizagem calmas e interessantes.
O tratamento/acompanhamento
destas crianças deve ser contínuo, regular e a longo prazo.
Relativamente ao tratamento farmacológico na
Hiperatividade Infantil, é importante que se tenha em mente que ao medicar
estas crianças corre-se o risco de se tratar sintomas ou doenças e esquecer as
próprias crianças ou doentes, pois mais medicadas não quer dizer
necessariamente, melhor tratadas já que a hiperatividade e/ou o défice de
atenção não passam de sintomas e sinais. Hoje em dia, há cada vez mais crianças
desnecessariamente medicadas.
A essencial é perceber
porque é que a criança é hiperativa e isso passa por compreender a origem, o
porquê e os significados latentes desses sintomas.
Quando medicadas, a
prescrição da medicação deve ser moderada, devido aos riscos que lhe estão
associados, entre os quais, atrasos no crescimento e perda de apetite.
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