A disartria é resultante de alterações no sistema nervoso central ou
periférico que provocam afeções em um ou vários dos cinco componentes que
interferem na produção da fala, nomeadamente, podem estar afetados os
subsistemas respiração, fonação, articulação, ressonância e prosódia.
Caracteriza-se por dificuldades em atingir e/ou sustentar a variação, a força e
a velocidade dos movimentos necessários para a produção da fala.
Causas: Trauma; infeções;
tumores; doenças degenerativas; cardiovascular, entre outras.
Existem diversas manifestações clínicas da
disartria, que obedecendo a certos critérios, podemos identificá-la como sendo:
DISARTRIA
ESPÁSTICA
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Tónus elevado
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Rigidez e
espasticidade
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Disfagia e não controlo da saliva
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Sulco
nasogeniano suavizado ou achatado
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Reduzida amplitude e pouca força da
língua
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Ritmo de fala
lento
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Características pseudobulbares: rir
ou chorar sem razão aparente
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DISARTRIA
FLÁCIDA
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Tónus baixo
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Fraqueza da musculatura
respiratória
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Controlo labial
fraco
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Alterações sensitivas na língua
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Alterações
sensitivas na face
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Alterações na função
laringo-faríngea
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DISARTRIA
ATÁXICA
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Tónus baixo
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Dismetria
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Dificuldade na
marcha
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Dificuldade na coordenação dos
padrões de movimento
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DISARTRIA
HIPOCINÉTICA
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Disartria
associada ao Parkinson
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Rigidez em roda
dentada
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Tremor de repouso
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Perda de
reflexos posturais
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Rosto sem mecanismo de mímica
facial
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Tremor da
mandíbula ou lábios
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Piscar de olhos e deglutição pouco
frequentes
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DISARTRIA
HIPERCINÉTICA
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Associada
ao movimento involuntário
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Os movimentos involuntários podem
ocorrer em repouso, posturas estáticas ou durante o movimento voluntário.
Podem incluir breves espasmos; movimentos repentinos e repetitivos;
movimentos espasmódicos; movimentos de grande amplitude; movimentos lentos
com posições retorcidas.
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DISARTRIA
MISTA
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Combinação de
diferentes tipos de disartria, através da qual o mecanismo orofacial e de
fala varia de acordo com o quadro. As características dependem se os
neurónios motores superiores e inferiores permanecem ou não intactos
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Compete ao Terapeuta da Fala definir a
avaliação e a terapia no contexto da pessoa. Deverão ser definidos como
critérios de avaliação: a participação comunicativa; inteligibilidade;
avaliação motora básica e dos subsistemas de fala (respiração, fonação,
articulação, ressonância, prosódia); deglutição (biomecânica da deglutição e
sinais de aspiração); alterações de sensibilidade oro-facial intra e extra;
expressão facial; gestos manuais; expressão corporal; processamento da
linguagem; pragmática.
A intervenção
terapêutica é determinada de acordo com os resultados da avaliação.
Liliana Silvestre, Terapeuta da Fala